Não se pode negar que o homem moderno desfruta como nunca de um estado de bem estar social que lhe é aprazível graças ao progresso tecnológico. A interferência da tecnologia já é algo tão vigente que a sociedade não pode mais se imaginar sem ela. Os avanços tecnológicos podem não ter alcançado todas as partes do mundo na prática, como se sabe existem lugares bastante precários onde as pessoas desconhecem esse contexto tecnológico. Contudo, teoricamente já alcançou “os quatro cantos do mundo” e não tem menção de parar sua transição na sociedade contemporânea.
Vários são os avanços da tecnologia em áreas da informática, medicina, comunicação, meios de transporte, dentre outros; mas com estes se associam os retrocessos como o desemprego, extinção das florestas, ataques ao meio ambiente, sedentarismo, desigualdade social etc. Diante de todo esse processo de mudanças, hoje, o próprio homem já se questiona se os seus inventos tecnológicos estão contra ou a favor de seu próprio criador. Na realidade, o que se percebe é que o homem se vê mergulhado num mundo onde tudo parece muito óbvio e técnico, onde o mais importante é fazer, é criar e ter. O que poderia ser meio e instrumento passa a ser mais importante que os próprios valores humanos, pois estes são colocados em segundo plano. O homem da Era tecnológica está cada vez mais abolindo de si a intuição, a emoção, a imaginação, pois, esses sentimentos inerentes ao ser humano são desvalorizados e até tidos como “inimigos do pensamento”.
Como conseqüência de tudo isso, o homem se vê incapaz de gerir o seu próprio destino. Assim, também as relações humanas estão cada vez mais “frias” e a solidariedade e a cooperação estão menos predominantes em nosso meio. Estamos numa época em que o homem deveria refletir bastante para reformular sua pergunta e, em vez se questionar se a tecnologia está contra ou a favor, deveria se perguntar se ele está contra ou a favor de si mesmo, pois, todo o sofrimento que o ser humano tem vivido, a história tem mostrado que é conseqüência de seus próprios atos. Se por um lado ele cria, por outro lado também destrói, com uma única diferença, o que ele criar nem todos têm acesso, enquanto o que ele destruir afetará a todos.